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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um amanhecer nas Portas do Sol

Sabemos que nos apaixonámos irremediavelmente pela fotografia quando esta nos leva a testar os nossos limites. Apesar de andar completamente exausta, na noite de Sábado para Domingo deitei-me cedo e levantei-me às três da manhã para ir fotografar o amanhecer em Lisboa, uma iniciativa do IPF com um dedo bem grande do 'Prof.' José Diniz. O ponto de encontro foi na Praça da Figueira, onde tivemos uma pequena aula sobre fotografia nocturna. Mas depressa partimos pois o nascer do sol seria por volta das seis e cinquenta e a hora anterior é a melhor para tirar fotografias. Por isso lá fomos, cerca de quarenta malucos a subir para Santa Luzia antes das cinco da manhã.  


Os figurantes não variaram muito, mas o que é certo é que se foram transformando com a mudança de luz do dia nascente. Primeiro, a sobressaírem no implacável breu...


Depois, a começar a perder destaque com o clarão que se foi formando ainda ténue no horizonte....



E, finalmente, o anil a começar a ser sobreposto pelos tons laranja da aurora.


Para logo em seguida o céu se inundar de luz...


Até, por fim, dar lugar ao maravilhoso espectáculo que marca o início de mais um dia - e a que tão raramente assistimos com as devidas honras.


A cidade continua mergulhada num sono que já é leve, aquele que antecede os primeiros despertares. Mas o sol, esse, já marca a presença de tudo e todos os que ousam fazer-lhe frente.


E, finalmente, ganha a força para se fazer reflectir em todo o seu esplendor no Tejo da nossa Lisboa.


De alma cheia, rumámos novamente à Baixa deixando para trás um dos mais magníficos lugares da cidade.



Como qualquer apaixonado sente, não há sacrifício que não valha a pena. E este valeu mesmo.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

The Wall - Reloaded

A arte escreve-se e rescreve-se, tal como a história. Esta parede mudou um pouco desde este dia. Continuará em constante mudança, tal como o mundo. E esperemos que o mundo, que tanto tem mudado e para tão pior, volte a melhorar um dia. E que esse dia chegue, e bem depressa. Porque o peso daquilo que rege o mundo de hoje é cada vez mais insuportável.


Porque é esse peso que hoje faz alguém querer ter poder. Por enquanto, ainda tem que receber esse poder de alguém. De muitos 'alguéns'. E recebê-lo humildemente. A questão é que, de dia para quem recebe o poder o perverte totalmente...  


 ... esquecendo-se deliberadamente que com ele vem uma grande responsabilidade. Mas não hesitando em ignorá-la. Em escamoteá-la. Em usá-la mesmo contra quem lhe deu o poder, preferindo ser fraco perante o ainda mais forte e ainda menos responsável. Porque é esse que lhe dá o 'peso' de que acima falávamos. 


É que, na realidade, não serão rezas nem inspirações mais elevadas que nos irão valer...


... enquanto estes e todos os outros não forem efectivamente responsabilizados. 


E isso, essa mudança, depende de nós.


Sempre de nós. Sejamos alegres, esperançosos, alheados...


Zangados. Revoltados. Tristes. Apáticos. Amorfos. Ignorantes. Brilhantes. Não interessa.


O certo é que nunca, nunca mesmo, algo mudará se formos meros espectros subjugados àquilo que há de mais terrível e poderoso: o medo.


O medo de falar. De agir. De intervir. De pensar. De dizer. No fundo, o medo de ser. 


Porque quando há medo, o poder usado pelos irresponsáveis transforma-se em repressão. Em censura. A censura que nos marcou e moldou durante tanto tempo. E é esse medo que tem que mudar. Porque o resto, anda por aí. Duvidam? Não duvidem porque é real, a menos que isto não passe de uma piada de mau gosto.   


Esperemos que seja. Eu também não gosto de paredes grafitadas ao desbarato. Não gosto de ver sujas as paredes da minha cidade. Mas gosto quando uma parede é transformada em arte. E, acima de tudo mais, gosto de liberdade e os motivos que levam a algumas decisões assustam-me. Porque, repito, gosto de liberdade. E, essa, espero nunca perder.


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