Hoje fui almoçar com uma amiga que mora perto do Jardim das Amoreiras. Como o céu da manhã prometia dar-nos algumas tréguas, levei a máquina para tentar a sorte. É claro que não me arrependi. O jardim é lindo, magnífico, repleto de amoreiras e de tantas outras espécies de árvores que gostava, um dia, de conseguir identificar.
Esperávamos almoçar no Quiosque, mas a sombra, o frio e o vento (e o facto de termos um bebé de cinco meses a fazer-nos companhia) levaram-nos para lugares mais abrigados. Ao contrário destes corajosos...
Mesmo que só de passagem, ainda que sem lhe dar a devida atenção, é impossível ficar indiferente às suas arcadas, às suas janelas, às árvores despidas e àquela loja de outros tempos...
Foi assim que, de barriga cheia do almoço e da conversa, decidi deixar o jardim para um dia mais quente e dediquei-me a uma das minhas ruas preferidas em Lisboa: a Rua das Amoreiras. Não sei se é pela grandiosidade do arco, pelas cores dos prédios, pelos jardins de algumas das casas ou simplesmente pela alma que lhe sinto, mas é uma rua que apesar de (muito) íngreme não me canso de percorrer.
Ser turista à hora de almoço implica fazê-lo mais depressa do que a ocasião mereceria. Mas significa também que podemos ser turistas num sítio que está ao nosso alcance todos os dias, que podemos revisitar sempre que nos apetecer ir à procura de um novo pormenor. E o pequeno grande pormenor de hoje foi este contraste magnífico em que, curiosamente, nunca tinha reparado. Até hoje. Com a minha máquina.
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