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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pela Duque d'Ávila até à Praça de Espanha

Existem 3 regras a seguir para quem vive em Lisboa se quiser evitar que os seus níveis stress atinjam o limiar do acidente vascular cerebral:
- Maior parte das situações de mau atendimento resolvem-se com a expressão “quero falar com o responsável”;
- É inútil discutir com um polícia de trânsito e;
- As obras duram o tempo que duram. É absolutamente proibido alimentar expectativas com conceitos como “prazo previsto”.

Este Sábado resolvi ir até à Avenida duque d’Ávila, uma artéria da cidade que sofreu uma intervenção daquelas que levou ao desespero os que ignoram a terceira regra de ouro da sanidade mental lisboeta. Fui lá com o intuito de ver o resultado destras obras da proverbial Santa Engrácia mas também porque está lá a Snoopy Parade – uma série de estátuas do Peanut mais famoso decoradas por artistas plásticos e outras personalidades.


As obras devolveram esta avenida aos lisboetas, deixando mais de metade da sua largura livre para esplanadas, uma zona pedonal ampla e uma ciclovia concorrida, apesar do período de férias e do calor que fazia, depois de se desvanecer o nevoeiro com que Lisboa acordou. Para ser melhor falta ainda um pouco mais de sombra, em particular no seu troço oriental.



No fim da avenida, onde cheguei a uma hora em que o calor já apertava, está o jardim da Gulbenkian, a convidar-me a deambular pela sombra dos seus caminhos. O jardim tem recantos para todos os apetites. É um local ideal para ler, namorar, passear com os miúdos, fazer a corrida de manutenção ou simplesmente não fazer nada. É um bocado como todos os jardins da cidade. A sua originalidade estará eventualmente nas obras de arte com que nos surpreende a espaços.









Deixei o jardim para trás com tempo para ir ainda até à praça de Espanha fotografar o arco que durante anos vi desmontado pelo chão com as pedras numeradas a vermelho - mais uma obra de Santa Engrácia - que foi finalmente reerigido e onde foram gravados alguns trechos de textos evocativos da revolução de Abril, o que não faz muito sentido não só pela sua origem (foi construído no Séc. XVII na  rua de S. Bento e fazia parte de uma galeria do aqueduto) mas também porque está numa parte da praça de que ninguém se aproxima o suficiente para os ler por estar cercado por um trânsito intenso que desencoraja mesmo os mais curiosos.

Deixo aqui um desses textos, um verso de Sophia de Mello Breyner, que até este Sábado me tinha passado despercebido:

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

2 comentários:

  1. Gostei muito da Snoopy Parade. Para além disso, e como já não vou aos jardins da Gulbenkian há algum tempo, fiquei surpreendido com alguns recantos fotografados.
    Abraço
    Alexandre

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  2. A parada vai lá estar até dia 15. Aproveita para lá ires.
    Abraço e Obrigado.

    ResponderEliminar

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