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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Numa tarde domingueira

Domingo amanheceu sem nevoeiro e pude manter a combinação que tinha feito com um amigo de irmos tirar fotografias para o Castelo na parte da tarde. Estacionámos nos Restauradores e entrámos pelo Largo de S. Domingos que, entre castanhas assadas, ginginha e um enorme amontoado de gente de inúmeros países, raças e credos, é provavelmente a zona mais internacional de Lisboa.


A partir da Praça da Figueira, lá fomos nós pela João das Regras, de narizes no ar e máquinas em punho, preparados para começar a subir, ainda sem saber se pela Sé, se pela Mouraria. Quando vimos as escadas do Beco dos Surradores, nem hesitámos: seguiriamos à aventura pelas ruelas estreitas que galgam a colina, onde os prédios quase se tocam, os carros passam a custo e se vive um ambiente que mistura a aldeia com a urbe impessoal, com moradores antigos e novos, com cumplicidades e indiferenças, com prédios degradados, tristes e quase inabitáveis e prédios recuperados, magníficos e inacessíveis a tantos que poderiam realmente dar uma nova vida à cidade.


Aqui e ali, a dedicatória de um ou outro artista apaixonado pela cidade e pela sua gente. Um pouco por todo o lado, muitos grafitis, de uma maneira geral aleatórios e sem propósito mas, por vezes, sendo quase mensageiros da cidade que se vê cada vez mais deserta e abandonada e com cada vez menos histórias para retratar numa parede.



 
Seguimos caminho, da Mouraria para a Graça: Rua das Farinhas, Costa do Castelo, Rua de S. Tomé e um pequeno desvio até ao miradouro das Portas do Sol. É que se Lisboa é feita de contrastes, o maior é o que se sente quando, no fim de uma ruela, nos deparamos com a cidade e o rio a perder de vista.


Já no castelo, percorremos o bairro labiríntico que nos leva à entrada principal, onde domina a cor da roupa estendida, de alguns prédios recuperados, das lojas turísticas e de rostos que assomam à janela, sempre com uma resposta afável ao nosso 'boa tarde' e o sorriso próprio de quem aprecia aquele rebuliço diário que contraria a monotonia dos dias que já vão longos nas suas vidas.


Não imagino o que seria de Lisboa sem o Tejo, sem o seu contraste com a luz amarela, branca e vermelha do casario, que se vai desvanecendo com o passar das horas...




... e quando essa luz acaba, aí começa o número que se segue.






A luz de Lisboa não me apaixona só de dia. Hoje o meu coração ficou ali, no Castelo, quando caiu a noite.


5 comentários:

  1. Excelentes fotos, rapariga. Tenho de parar de ver estas tuas fotos e ler os teus posts... Ando cá a ficar com umas saudades de Lisboa!

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  2. Adorei as fotos!!! claro que já sabes quais são as minhas preferidas... ;)

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  3. Nuno: não pares. Assim voltas cá mais depressa...

    Maf: como não saber?

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  4. Pois, e eu faço minhas as palavras do meu homem. Então estas fotos à noitinha dão mesmo nostalgia. Ai...

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  5. Ohhh... não quero perder o meu público! Está decidido, o próximo post será sobre Fernão Ferro. Passa-vos logo a nostalgia... :)

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