Google Website Translator Gadget

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Nova Lisboa

Numa cidade antiga como Lisboa, um dos principais pontos de interesse reside nos vestígios da sua história: os seus monumentos, as suas tradições, os seus museus que preservam o passado que foi expulso da vida quotidiana. É isso que o turista se sente quase obrigado a ver quando visita a cidade e nem os caseiros fogem a essa lei, como se pode constatar em várias partes do que aqui temos publicado.


Mas se Lisboa tem um passado incontornável também tem conseguido renovar-se e disso também temos dado nota, quando contámos e mostrámos o que vimos aqui ou aqui, para dar dois exemplos que tenho mais presentes. No Sábado passado fui ao que será a maior mudança urbanística que Lisboa testemunhou nos tempos mais recentes, o Parque das Nações, uma feliz herança da fabulosa Exposição Mundial de 1998.


O meu passeio começou pela estação do metro que serve esta parte da cidade, a do Oriente, que ainda não conhecia e passou a ser a minha favorita pelos magníficos painéis de azulejos que a ornamentam. São trabalhos de autores de várias origens, todos eles evocativos do mar, numa opção coerente com o que foi o tema da exposição mundial e que está presente por todo o parque. À superfície, é impossível ignorar a estrutura concebida por Calatrava, obra tão espectacular como polémica e inútil, por ser tão alta que é incapaz de cumprir a principal razão para existir - abrigar da chuva e do vento os utentes dos caminhos de ferro.



Após a Expo, o parque tornou-se um dos sítios preferidos dos lisboetas para os seus passeios de fim-de-semana, disputando com os jardins de Belém a primazia nas tardes de domingo. Como chegar aqui me obriga a atravessar a cidade, devo confessar que não sou um  frequentador assíduo. No entanto, há aqui focos de interesse, únicos na cidade que, de vez em quando, justificam a visita.




Falo do pavilhão do conhecimento, que põe as crianças num contacto raramente desejado com a matemática ou a física; do Teatro Camões, onde não me esquecerei nunca de me ter fascinado com o brilho nos olhos da minha filha presos que estavam nos bailarinos do CNB, enquanto a mãe lhe sussurrava o enredo do Lago dos Cisnes ou do Romeu e Julieta; de ver uma demolidora adaptação em português de sketches dos Monty Python no auditório dos Oceanos; ou dos grandes concertos no pavilhão Atlântico.


Outra das boas razões para visitar o parque é a sua estética, na forma como os edifícios em que o branco impera estão arrumados em artérias rectilíneas, no arrojo da arquitectura enfatizado em edifícios como a torre Vasco da Gama ou a fantástica pala do pavilhão de Portugal, na proximidade com o rio, na arte urbana presente em locais como os Jardins da Água, o lago das Tágides ou o Jardim Garcia d'Orta, para nomear apenas alguns. 





 
É indissociável do carácter do lisboeta a faceta de velho do Restelo, que eu próprio já exibi por aqui; uma faceta que também se deu a mostrar a propósito deste parque. Mas, neste caso, Lisboa ficou a ganhar e deixou para os turistas do futuro, caseiros ou forasteiros, um marco histórico de que se pode orgulhar, nesta nova cidade que nasceu onde antes havia um cemitério de contentores e de lixo industrial. 

4 comentários:

  1. É um dos sítios de Lisboa que qualquer
    turista deveria visitar, a par de Belém,
    Castelo de S. Jorge, Baixa, Parque Eduardo
    VII,(e Estádio do Benfica...)

    ResponderEliminar
  2. Essa dica do Estádio da Luz é muito boa, Manuel. Obrigado pela visita. Abraço,

    ResponderEliminar

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...