Sabemos que nos apaixonámos irremediavelmente pela fotografia quando esta nos leva a testar os nossos limites. Apesar de andar completamente exausta, na noite de Sábado para Domingo deitei-me cedo e levantei-me às três da manhã para ir fotografar o amanhecer em Lisboa, uma iniciativa do
IPF com um dedo bem grande do 'Prof.'
José Diniz. O ponto de encontro foi na Praça da Figueira, onde tivemos uma pequena aula sobre fotografia nocturna. Mas depressa partimos pois o nascer do sol seria por volta das seis e cinquenta e a hora anterior é a melhor para tirar fotografias. Por isso lá fomos, cerca de quarenta malucos a subir para Santa Luzia antes das cinco da manhã.
Os figurantes não variaram muito, mas o que é certo é que se foram transformando com a mudança de luz do dia nascente. Primeiro, a sobressaírem no implacável breu...
Depois, a começar a perder destaque com o clarão que se foi formando ainda ténue no horizonte....
E, finalmente, o anil a começar a ser sobreposto pelos tons laranja da aurora.
Para logo em seguida o céu se inundar de luz...
Até, por fim, dar lugar ao maravilhoso espectáculo que marca o início de mais um dia - e a que tão raramente assistimos com as devidas honras.
A cidade continua mergulhada num sono que já é leve, aquele que antecede os primeiros despertares. Mas o sol, esse, já marca a presença de tudo e todos os que ousam fazer-lhe frente.
E, finalmente, ganha a força para se fazer reflectir em todo o seu esplendor no Tejo da nossa Lisboa.
De alma cheia, rumámos novamente à Baixa deixando para trás um dos mais magníficos lugares da cidade.
Como qualquer apaixonado sente, não há sacrifício que não valha a pena. E este valeu mesmo.