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sábado, 23 de março de 2013

Um muro azul

Já temos demonstrado aqui o nosso fascínio pela arte urbana patente nas paredes e muros da nossa cidade – nas Amoreiras, na Fontes Pereira de Melo ou nas Escadinhas de S. Cristóvão, para dar alguns exemplos. Há poucas ideias tão boas como a de dar a um artista plástico um muro para trabalhar e, de uma maneira tão simples, devolver a vida a paredes decrépitas e deprimentes.

É essa ideia que se concretiza em Lisboa através da GAU –Galeria de Arte Urbana. No último Domingo, a caminho do Estádio 1º de Maio para uma lastimável prestação futebolística, encontrei mais um dos projectos da GAU no muro Norte do Júlio de Matos, na Rua das Murtas. O desafio posto aos artistas foi o de pintar rostos sob um fundo azul.

A resposta deles, que me deixa sem palavras, foi esta:     
















O projecto, que começou em Outubro do ano passado, não está ainda concluído. Aos trabalhos de Aspen, Eime, José Carvalho, Mar, Miguel Ayako, Nark, Nomen (o meu preferido), Odeith, Robô, Slap e Smile vão juntar-se outros, perfazendo cerca de um quilómetro de arte urbana da melhor que já tenho visto. 


quinta-feira, 14 de março de 2013

Lisboa vista de cima

Há imagens e momentos que jamais me sairão da cabeça. Um deles remonta aos meus catorze anos, quando fiz uma viagem de avião durante a noite chegando a Lisboa de madrugada. Nesse dia, o avião andou às voltas durante cerca de meia hora antes de aterrar, com o sol a nascer e a transformar o Tejo e o mar num espelho de prata e Lisboa numa cidade envolta em filigrana dourada. Jamais esquecerei essa imagem porque jamais esquecerei o ritmo acelerado do meu coração, que se rendeu completamente a tamanha beleza. Na terça regressei de uma breve viagem de trabalho a Londres e tive a sorte de o avião ter andado às voltas durante algum tempo antes de aterrar. O céu estava nublado e a tarde já ia a mais de metade, por isso a cidade e o rio não estavam enfeitados pelas artimanhas estéticas da alvorada ou do ocaso. Estavam de cara lavada, iguais a si próprios e, ainda assim, voltaram a fazer o meu coração bater mais depressa. 

As nuvens cerradas deixam entrever o rio e a ponte corta as águas como uma linha desenhada a régua e esquadro...


Descendo mais um pouco, a cidade estende-se em torno do seu pulmão, que sobressai bem verde do meio das estradas e do casario...


E fica mais longe numa volta mais para Sul.


Mas logo volta a aproximar-se do Mar da Palha, onde o Tejo se despede num longo adeus.


E, finalmente, aquele recorte tão familiar, inigualável, que não se encontra em mais nenhuma cidade...


... e que termina da melhor maneira, marcado pelos traços da nova Lisboa.


Desta vez, fica um registo para além do que tenho na memória. E é esse registo que aqui deixo.

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