Um amigo conseguiu a proeza de marcar uma visita ao Arco da Rua Augusta. Fez o favor de me estender o convite e eu não me fiz rogado.
Confirmei que ia, apontei na agenda e, por causa da antecedência e de umas semanas demasiado aceleradas no emprego, esqueci-me da marcação. Até que o aviso me saltou do PC, apanhando-me desprevenido a meio de um dia de trabalho, sem a minha fiel Nikon.
A oportunidade era única e não a quis desperdiçar pelo que me decidi a ir, mesmo que condicionado a fotografar com o telemóvel. É que o Arco não está aberto ao público e as visitas só se fazem com marcação prévia (havia pessoas no grupo que o tentavam há cerca de um ano). Para além disso, as visitas irão cessar por tempo indeterminado a partir do fim de Maio, por uma razão incompreensível: a tutela do monumento vai passar da Direcção Regional do não-sei-quê para uma Direcção Geral do mesmo-não-sei-quê e não há mais visitas até que o novo organismo decida o que fazer. Enfim, um argumento tão imperscrutável como o que impediu que até agora o Arco estivesse aberto ao interesse do turista que passa pela Baixa.
O acesso ao interior do arco está discretamente escondido sob a forma de uma pequena porta verde sob as arcadas do lado esquerdo, para quem está de frente para o Terreiro do Paço.

A porta dá acesso a uma apertada escada em caracol que nos leva, depois de vencidas umas boas dezenas de degraus, a uma câmara vazia ao nível dos telhados dos ministérios e que é soberbamente iluminada através de uma claraboia. Cenário digno de um livro de Dan Brown já que, àquela distância da rua, o bulício da Baixa cala-se e o único som que se ouve é o do mecanismo do relógio, iluminado pelos raios de sol vindos do tecto. Como se fosse uma pista para o Santo Graal ou um qualquer outro segredo perdido nos tempos. Uma pista só decifrável ao meio-dia daquela terça-feira.

A porta dá acesso a uma apertada escada em caracol que nos leva, depois de vencidas umas boas dezenas de degraus, a uma câmara vazia ao nível dos telhados dos ministérios e que é soberbamente iluminada através de uma claraboia. Cenário digno de um livro de Dan Brown já que, àquela distância da rua, o bulício da Baixa cala-se e o único som que se ouve é o do mecanismo do relógio, iluminado pelos raios de sol vindos do tecto. Como se fosse uma pista para o Santo Graal ou um qualquer outro segredo perdido nos tempos. Uma pista só decifrável ao meio-dia daquela terça-feira.


Mas o melhor está lá em cima. Depois de mais algumas dezenas de degraus em caracol, mais de cem ao todo, chega-se ao amplo terraço de onde se tem uma vista única sobre a Baixa, o Castelo, o Terreiro do Paço, o Tejo e ainda mais além (o que também mostraria, tivesse uma máquina apropriada). O melhor de Lisboa, visto duma varanda como nenhuma outra.

Só ali me apercebi do tamanho descomunal do Arco, da altura a que está da rua e da dimensão brutal das estátuas (que representam a Glória corando o Génio e o Valor), impossível de perceber ao nível do solo.
Uma última palavra para o Paulo, o amigo a quem tenho de agradecer esta visita única. Ele também é fotógrafo. Dos bons. E dos que não se esquecem da máquina. Fica aqui o link para o seu blogue, onde me prometeu que iria publicar algumas das fotografias que tirou e que espelham, melhor do que as imagens que eu aqui deixo, o admirável Arco da Rua Augusta.
